Nucleoestudo.ufla.br

Relação entre contagem de ovos por grama de fezes e índices pluviométricos em comparação
de diferentes grupos de tratamentos com Ivermectina nas concentrações de 1% e 4% em ovinos1
Silas Pinto Greca2, Cristine Paduan Nolli3, Juan Ramon Oligalquiaga Perez4, Adriana Mello Garcia5 1Parte do trabalho realizado pelo primeiro e segunda autora2Graduando do Programa de Graduação em Zootecnia - UFLA. e-mail: silasgreca@hotmail.com3Graduanda do Programa de Graduação em Zootecnia - UFLA. e-mail: cri-s@uol.com.br4Orientador do trabalho do Departamento de Zootecnia - UFLA. e-mail: jperez@ufla.br5Co-orientadora do trabalho do Departamento de Medicina Veterinária - UFLA. e-mail: amgarcia@ufla.br Resumo: A verminose é a doença que mais acomete os ovinos trazendo prejuízos para os criadores. É
importante lembrar que a verminose está associada à ovinocultura e também a climas úmidos. O objetivo
foi correlacionar a contagem de ovos de estrongilídeos por grama de fezes, realizada pelo método de
Gordon e Whitlock modificado (OPG), com as estações do ano, e com dois tratamentos diferentes
(Ivermectina 1% e 4%). A realização da contagem de ovos por grama de fezes (OPG) ocorreu no
laboratório de Parasitologia do Departamento de Medicina Veterinária da UFLA. Foram utilizadas
aproximadamente 80 ovelhas do Setor de Ovinocultura da UFLA e dados de índice pluviométrico do
INMET. A coleta foi feita em 20% dos animais de cada um dos dois grupos de tratamento a cada 20 dias
em média. Quando a média da contagem de ovos de nematódeos da ordem STRONGYLIDA, por um
grama de fezes, calculada pelo método OPG, fosse superior a 700, havia a coleta de fezes e vermifugação
de todos os animais do lote que apresentou a contagem alta. Como o ciclo do parasito se completa na
pastagem, tem-se em épocas chuvosas um aumento da infestação desses, já que dessa forma o micro
clima na base da forrageira torna-se mais apropriado para a sobrevivência das larvas. Notou-se uma
maior contagem de OPG entre Dezembro e Fevereiro, e um decréscimo dessa contagem a partir de
Março seguindo o índice pluviométrico. Neste trabalho constatou-se um aumento significativo de ovos
nas fezes no período chuvoso, e consequentemente uma diminuição das vermifugações nos períodos
secos.
Palavras-chave: ovinos, OPG, índice pluviométrico, endopararitos
The relationship between count of eggs per gram of feces and rainfall index in comparison of
different groups of treatments with the Ivermectina 1% and 4% in sheep
Abstract: The verminosis is a disease that more affects sheep bringing losses to farmers. It is important
to remember that verminosis is associated with sheep and the wet climates. The objective was to
correlate the counting of the strongylid eggs per gram of feces held by the method of Gordon and
Whitlock modified (EPG), with the seasons of the year, and with two different treatments (Ivermectin
1% and 4%). The completion of the counting of eggs per gram of feces (EPG) occurred in the
Parasitology Laboratory of the Medicine Veterinary Department of UFLA. It was used about 80 sheep of
the Sheep Division of UFLA and data pluviometric index of INMET. The collection was made in 20% of
animals from each of the two treatment groups every 20 days on average. When the average count of
eggs of the nematodes STRONGYLIDA order per one gram of feces, calculated by the method EPG, was
greater than 700, was the collection of feces and antihelmintic treat of all animals that showed the high
count. As the cycle of the parasite is completed in the pasture the infestation is increased in rainy season,
since that way the micro climate on the basis of forage becomes more suitable for the survival of the
larvae. Notice is further counting of EPG between December and February, and a decrease that counting
from March following the pluviometric index. In this work it was a significant increase of eggs in faeces
in the rainy season, and consequently a reduction in antihelmintic treat in dry periods.
Keywords: sheep, EPG, precipitation index, endoparasites
Introdução
A verminose, principalmente a causada por Haemonchus contortus pertencente ao grupo dos estrongilideos, é a doença que mais acomete os ovinos trazendo prejuízos para os criadores. É importante lembrar que a verminose está associada à ovinocultura e também a climas úmidos.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido no Setor de Ovinocultura do Departamento de Zootecnia da UFLA, MG. Os animais do rebanho foram divididos em dois grupos de aproximadamente 40 animais adultos com idade superior a um ano e meio, submetidos ao mesmo manejo de sistema semi-intensivo, permanecendo durante o dia em pastos aleatórios, sem um sistema de rotação ou preservação, e fechados em baias coletivas no fim da tarde, quando recebiam suplementação protéica e volumoso no cocho. Um grupo foi tratado com Ivermectina 4%(IV 4%) na dose de 200 mcg/kg de peso vivo e outro grupo com Ivermectina 1% (IV 1%), na dose de 400 mcg/kg. Foram feitas coletas mensais de fezes e a contagem de ovos pelo método de Gordon e Whitlock modificado (OPG) (Ueno & Gutierres, 1988).
Utilizou-se os dados de índice pluviométrico do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia). A coleta foi feita em 20% dos animais, que foram selecionados de acordo com a numeração dos colares, e que seguia a ordem alfabética e numérica. Em cada coleta buscou-se a não repetição dos animais da coleta anterior, para que com a repetibilidade do esquema, em cinco coletas ter-se-ia informação de todos os animais. A média limite das contagens estabelecida para vermifugação foi de 700 ovos de estrongilídeos por grama de fezes. As contagens de ovos foram realizadas no Laboratório de Parasitologia pertencente ao Departamento de Medicina Veterinária da UFLA.
Resultados e Discussão
Foi observado uma maior contagem de ovos de estrongilídeos entre Dezembro e Fevereiro, e um decréscimo a partir de Março seguindo o índice pluviométrico (Gráfico 1). Isso foi devido ao fato de que parte do ciclo do parasito acontece na pastagem e as épocas mais úmidas favorecem o desenvolvimento e sobrevivência no ambiente ocasionando um aumento do número de larvas e consequentemente da infestação dos animais.
GRÁFICO 1 Registro do índice pluviométrico e média da contagem de ovos de estrongilídeos através do método OPG mensal e épocas da vermifugação nos diferentes grupos de tratamentos com as Ivermectinas 1% e 4% em ovinos de corte do Departamento de Zootecnia - UFLA, Lavras, Minas Gerais de maio de 2006 a maio de 2007.
De acordo com este gráfico pode-se observar que o lote vermifugado com IV1% obteve contagens de ovos por grama de fezes mais altos que o lote tratado com IV 4%. Também foi possível observar que o lote tratado com IV 1% precisou ser vermifugado com maior freqüência que o lote tratado com IV 4%.
Vale ressaltar que o fim do ano de 2006 e o início de 2007 foram atípicos em relação ao índice pluviométrico dos outros anos, sendo que a normal climatológica é de aproximadamente 300mm no mês de janeiro, e no ano de 2007 o mesmo mês apresentou 550 mm, segundo o INMET. Conclusões
A Ivermectina 1% foi menos persistente no organismo que a Ivermectina 4%. A contagem de ovos de estrongilídeos pelo do método OPG mostrou médias maiores na época das chuvas, mostrando a interferência da umidade no ciclo dos parasitos.
Literatura citada
DEVENDRA, C. Goat and sheep production in the tropics 1982GIRAO, Eneide Santiago; GIRAO, Raimundo Nonato; MEDEIROS, Luiz Pinto. Verminose em ovinos e seu controle. Teresina, PI: EMBRAPA CPAMN, 1998 19p MAGALHÃES, João Avelar. Principais enfermidades que afetam caprinos ovinos em Rondônia VIEIRA, Geraldo Velloso Nunes. Criação de ovinos e suas enfermidades. São Paulo: VIEIRA, Luiz da Silva. Redução do Número de ovos por grama de fezes em caprinos e ovinos medicados com anti-helmínticos. Sobral, CE EMBRAPA CNPC, 1989 14p

Source: http://www.nucleoestudo.ufla.br/gao/publicacoes/public_004.pdf